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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Por  Michael Catt, (Extraído do seu livro, Sua vida, à prova de fogo)
Cada um de nós, já nos sentimos, e ainda vamos nos sentir assim.
É como o Apóstolo Paulo de Tarso nos ministrou há uns dias atrás, sobre passarmos pelo fogo, e que nossas obras não sejam de palha, feno e madeira, mas de prata, ouro e pedras preciosas.
Uma ótima leitura e reflexão a todos voces.
Fiquem todos na Paz do nosso Amado Papai. Bjks no coração de todos voces.
Valquíria Sapata

LÁ ESTÁ ELA – DEPOIS DE TER SIDO ATINGIDA POR RELÂMPAGOS, AMEAÇADA POR INCÊNDIOS, PICADA POR VESPAS E CASTIGADA POR ÍNÚMERAS TEMPESTADES DE NEVE – FIRME DIANTE DE TODAS AS OUTRAS ÁRVORES, COM UMA BELEZA PECULIAR E MAJESTOSA.

OS GALHOS POSSUEM DE DOIS A TRÊS CENTÍMETROS DE DIÃMETRO E SÃO DIZIMADOS ATÉ QUE,  APENAS ALGUNS DOS MAIS FORTES E MAIS BEM LOCALIZADOS ESTEJAM ARRUMADOS EM FORMA DE COROA.



POIS SERÁ COMO A ÁRVORE PLANTADA JUNTO ÀS CORRENTES DE ÁGUA... (Sl. 01:03)



Resistindo no Fogo




Ken Jeckins é um fotógrafo profissional. A con-

        tra capa deste livro apresenta uma de suas fotografias de se-

quoias tirada há muitos anos na Califórnia. Enquanto tirava esta série

de fotos, Ken teve uma longa conversa com um guarda florestal.

    Como mostra a foto, houve um incêndio florestal entre essas ár-

vores gigantescas. Algumas delas são tão antigas que existem desde

a época de Cristo. Uma sequoia pode passar por vários incêndios e

sobreviver, porque a sua casca é muito resistente. Mas, depois de um

incêndio, uma árvore pode se sentir fragilizada por um período de

seis a doze meses até se curar da “dor e do sofrimento” causados pelas

chamas que a atingiu.

    Quando somos provados pelo fogo, geralmente nos encontramos

fragilizados. Acabamos perguntando a Deus: “Por que isso agora?” ou

“Por que eu?”. Podemos até acreditar na mentira: “Se Deus me amas-

se, Ele não permitiria que isso acontecesse”. Mas estaremos errados se

pensarmos que Deus não nos ama, não se importa ou não sabe o que

estamos enfrentando.

    A realidade é que todos nós enfrentamos incêndios e momentos de

prova. As provações mostram de que somos feitos – elas revelam nosso

coração, nossa fé, nosso nível de maturidade. os incêndios nas flores-

tas onde as sequoias estão presentes, na verdade produzem resultados

favoráveis: quando o fruto da sequóia é queimado, ele seca totalmente, abre

e libera suas sementes. Especialistas dizem que cada fruto, apesar de ter                                aproximadamente seis centímetros meio de comprimento e quatro centímetros de largura, contém até duzentas sementes

As provações mostram de que somos feitos – elas revelam nosso coração, nossa fé, nosso nível de maturidade.

 

Silenciosamente, o vento transporta essas sementes e as deposita no solo.

Então, a vida surge da morte e as chamas resultam em um novo nascimento.



Um Coração Cultivado

Ironicamente, no entanto, a floresta que Ken estava fotografando

não possui árvores novas. Se um incêndio abre um fruto que produz

duzentas sementes, e se uma árvore pode produzir milhares de frutos,

por que não existem novos crescimentos? Onde estão todas as jovens

sequoias?

    Infelizmente, um outro problema tem sido causado por turistas

e expectadores: o solo está endurecendo em virtude de suas pegadas.

Sem cultivo e fragmentação do solo, as sementes não podem criar raí-

zes e se multiplicar. o segredo para o crescimento das sementes é um

solo rico em nitrogênio, resultado das camadas de cinzas que restam

após vários incêndios.

    Jesus, na parábola do semeador, traz grandes verdades sobre como

colocar a vida à prova de fogo – como viver uma vida que pode superar

incêndios e produzir frutos.

E falou-lhes muitas coisas por parábolas, dizendo: “Eis que

o semeador saiu a semear. E quando semeava, uma parte da

semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e comeram.

E outra parte caiu em lugares pedregosos, onde não havia mui-

ta terra; e logo nasceu, porque não tinha terra profunda; mas,

saindo o sol, queimou-se e, por não ter raiz, secou-se. E outra

caiu entre espinhos; e os espinhos cresceram e a sufocaram.

Mas outra caiu em boa terra, e dava fruto, um a cem, outro a

sessenta e outro a trinta por um. Quem tem ouvidos, ouça”.

(Mt. 13: 3-9)

Nesta parábola, Jesus é o semeador, a Palavra é a semente e o solo

é o nosso coração. Todos nós concordamos que não existe problema

algum com o semeador ou com a semente. o problema está no solo,

ou seja, no nosso coração. Por vezes, permitimos que as circunstâncias

nos impeçam de produzir frutos e crescer em Deus.

    Leia com atenção o que o Mestre explica sobre a parábola. Você

não precisa ser um estudioso do grego para entendê-la.

ouvi, pois, vós a parábola do semeador. A todo o que ouve

a palavra do reino e não a entende, vem o maligno e arrebata

o que lhe foi semeado no coração; este é o que foi semeado à

beira do caminho. E o que foi semeado nos lugares pedregosos,

este é o que ouve a palavra, e logo a recebe com alegria; mas

não tem raiz em si mesmo, antes é de pouca duração; e sobre-

vindo a angústia e a perseguição por causa da palavra, logo se

escandaliza. E o que foi semeado entre os espinhos, este é o que

ouve a palavra; mas os cuidados deste mundo e a sedução das

riquezas sufocam a palavra, e ela fica infrutífera. Mas o que foi

semeado em boa terra, este é o que ouve a palavra, e a entende;

e dá fruto, e um produz cem, outro sessenta, e outro trinta.

(Mt. 13: 18-23)

    Isto justifica por que muitos cristãos nunca crescem: eles falham

ao colocar sua vida à prova de fogo. Eles começam seguindo a Jesus,

mas caem à beira do caminho. o diabo os derruba e eles arruínam

seu testemunho. Uma hora eles estão louvando ao Senhor, na outra,

estão parados. A semente da Palavra nunca cria raiz, então quando o

incêndio chega através da dor ou da perseguição, eles não suportam e

se tornam infrutíferos. Outros não amadurecem  por que são seduzidos

pelas coisas deste mundo. Seus pensamentos são do-

minados pelo dinheiro, poder, prazer e pela fama. Eles se encontram

presos ao materialismo, pensando somente neles mesmos e se preocu-

pando apenas em como proteger seu patrimônio e em como alcançar

mais bens desnecessários. Quando o incêndio chega, tudo o que ele

conquistou durante toda a vida se vai como fumaça.

    Note que na parábola, setenta e cinco por cento das sementes não

produzem frutos duráveis. A maioria das sementes cai em solo que

não foi cultivado. As únicas sementes que produzem frutos são aquelas

semeadas em solo apropriado. Se o nosso coração não estiver cultivado

e pronto para receber a semente, iremos falhar quando as provações da

vida chegarem.

As únicas sementes que produzem frutos são aquelas semeadas em solo

Apropriado.



                  Quando a Tribulação Chega



Quando um incêndio florestal atinge a encosta de uma montanha,

raramente as gigantes sequoias são destruídas. Elas permanecem de

pé. Enquanto outras árvores menos fortes são assoladas pelas chamas,

a sequoia desenvolveu, durante anos, múltiplas camadas de casca a fim

de se preparar para o teste de fogo.

    Dentro da casca da sequoia existe uma substância chamada tanino*

que age como um retardador natural, neutralizando as chamas que pe-

netram na árvore. Isso não nos lembra o escudo da fé, com o qual pode-

mos apagar todos os dardos inflamados que o maligno atira sobre nós?

              Outro fato interessante a respeito da sequoia, é que o fogo ataca a

base, a fundação da árvore. Devido à altura excepcional da sequoia, a

copa da árvore permanece acima das chamas e só é atingida pelo calor

e pela fumaça.

Mas, como a copa da sequoia se ‘estica’ constantemente para bus-

car luz e dar vida a cada célula, a sua altura acaba trazendo problemas

para a árvore. Essas árvores superiores têm cicatrizes causadas por cen-

tenas de relâmpagos, como sinal de sua luta para sobreviver.

Apesas da sequóia continuar viva, alguns desses raios a fere profundamente

E torna parte da árvore inútil. Porém, mesmo acontecendo com freqüência

No período correspondente a Junho e Julho nas Serras Nevadas, os relâmpagos não podem matar uma sequóia.

A árvore vai se curar, sobreviver e permanecer forte e inabalável. Raramente ela será destruída, mesmo se o relâmpago for poderoso e atingir áreas mais vulneráveis da árvore . Mas, quando esses

ataques não são fatais, eles são dolorosos; leva anos para uma árvore se

recuperar do sofrimento.

Muitas pessoas têm sido machucadas, feridas e queimadas pela

vida. As cicatrizes são profundas. Somos frequentemente pegos de sur-

presa por algo que nos faz lembrar aquela experiência dolorosa. Mas

através do poder do Espírito podemos aprender a permanecer e estar

capacitados a ficar de pé. Ter uma vida à prova de fogo ou uma vida

que queima e arde, depende de estarmos equipados para quando a

batalha vier.

Outro inimigo bem conhecido pela estratégia de ataque às se-

quoias, espera pelo momento oportuno e só ataca quando o fogo

fragiliza a casca da árvore. A vespa da Califórnia perfura a casca e se

alimenta dos insetos que vivem lá dentro. A vespa do fogo, como é

comumente chamada, tenta, então, penetrar no coração da árvore e

depositar larvas mortíferas nas camadas internas.

Você conhece pessoas que parecem estar em uma batalha cons-

tante? Elas não têm ao menos um intervalo. Os problemas da vida

parecem segui-las. Assim que vencem uma luta, outra luta ameaça se

levantar. Lembra de Jó? Ondas e mais ondas de más notícias o ataca-

ram. Ele nunca soube o porquê. Jó estava alheio às confrontações que

aconteciam entre Deus e o diabo.

     Quando Deus procurou por homens justos para citar como exem-

plo, Ele se voltou a Noé, Daniel e Jó. Em Ezequiel 14, encontramos es-

ses três homens conhecidos por sua justiça. obviamente, havia alguma

coisa nesses homens que suportou o teste do tempo. Um permaneceu

com o Senhor durante um dilúvio. outro permaneceu com Deus na

cova dos leões, em meio a uma nação pagã. o terceiro permaneceu

firme em meio às tribulações e provações.



Alguns por fogo, outros por dilúvio, outros ainda

por grandes tribulações, mas todos pelo sangue.

Assim como esses três gigantes do Antigo Testamento, a sequoia

também é um exemplo do que se precisa ter para ser alguém de quem

Deus se orgulha. Ao longo do tempo, as sequoias deixam seus galhos

mais baixos serem levados pelo vento, por raios ou elas mesmas os libe-

ram. Elas deixam para trás o que representa a infância, coisas imaturas,

que não se encaixam em uma árvore madura. Mesmo os galhos mais

altos são dizimados até que apenas alguns dos mais fortes e mais bem

localizados estejam arrumados em forma de coroa, a fim de absorver o

máximo de sol e chuva. Elas sabem o que é importante para sobreviver,

e elas têm um propósito. Hoje, vários sermões têm sido pregados e

vários livros têm sido escritos a respeito da grandeza de Noé, Daniel e

Jó. A fidelidade desses homens tem servido de apoio para muitos que

desejam descobrir o valor de servir a Deus.

    Noé, Daniel e Jó levaram muitos golpes. Eles foram zombados e

criticados. A mulher de Jó chegou a falar para ele amaldiçoar o seu

Deus e morrer. Eles provavelmente enfrentaram momentos em que

queriam ter certeza se valeria a pena, mas eles sobreviveram ao tempo da prova. 
Jó era irrepreensível, justo e temente a Deus. Apesar de ter

perdido muitas coisas importantes, Jó não amaldiçoou o seu Deus.

Apesar de conviver com amigos totalmente dispensáveis, ele esperou

pela resposta de Deus. Não deve ser por mera coincidência o fato do

livro de Jó ser seguido pelo Salmo 1. Talvez Jó tenha sido a inspiração

para esse Salmo.

    As grandes sequoias não são deformadas pelas condições climáticas

desfavoráveis. os ventos mais fortes, na verdade, servem para fortifi-

car as árvores ao invés de enfraquecê-las. Como cristãos, com a vida

enraizada em Cristo, podemos permanecer de pé durante os ventos da

adversidade, mesmo que eles soprem forte.

    Cada rajada de vento cria minúsculas fraturas na casca de uma se-

quoia, o que contribui para que a árvore seja mais flexível e resistente,

capaz de balançar, mas não quebrar. Se você já viveu bastante, você

provavelmente passou por várias tempestades e provas de fogo que lhe

capacitaram para ser constante e imóvel em tempos de provação.



Permanecendo Erguido



Você tem determinação e coragem para viver uma vida à prova de

fogo? As provas virão. Uns irão falhar, e você possivelmente enfrentará

um inverno rigoroso chamado desencorajamento. Alguém deve sus-

surrar em seu ouvido que servir a Deus não vale à pena. Levante-se.

Permaneça forte. Permaneça erguido. Não desista. Você chegou muito

longe para desistir agora.

    Quando a sequoia é velha – depois de ter sido atingida por relâm-

pagos, ameaçada por incêndios, picada por vespas e castigada por inú-

meras tempestades de neve – ela permanece erguida diante de todas as

outras árvores, com uma beleza peculiar e majestosa. os galhos pos-

suem de dois a três centímetros de diâmetro. As raízes se juntam em

uma rede interligada, alcançando mais de sessenta metros de largura.

    A gigante sequoia permanece jovem por mais tempo que as suas

vizinhas. os abetos envelhecem em seus duzentos ou trezentos anos,

os pinheiros em seus quatrocentos ou quinhentos anos, mas a grande

árvore que cresce ao lado deles está ainda na flor da idade, desenvol-

vendo seus traços característicos enquanto os pinheiros envelhecem. A

sequoia não alcança sua beleza e juventude total antes de 1.500 anos,

e não envelhece antes de 3.000. A expectativa de vida dessa incrível

árvore é mais impressionante que seu tamanho. Milênio após milê-

nio, independente do que ela enfrente, as sequoias triunfam acima das

tempestades, dos incêndios e do tempo, frutífera e bela, provendo ali-

mento e sombra às muitas criaturas dependentes de sua generosidade.

O profeta Isaías nos deixou mensagens úteis para termos como

modelo. São mensagens para as vidas à prova de fogo, à prova de tem-

pestades, de tentações e provações, à prova dos incêndios que aparece-

rão no nosso caminho. “Mas os que esperam no Senhor renovarão as

suas forças; subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão;

andarão, e não se fatigarão.” (Is. 40:31)

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

DOZE RAZÕES EXPLICAM PORQUE MARINA SILVA SERÁ PRESIDENTE EM 2010

Partindo do pressuposto de que o povo não é burro e acreditando que entre a mais bela teoria e o bom senso popular, este tende a estar mais próximo da verdade, Marina Silva se elegerá presidente do Brasil em 2010.

Um bom exemplo desta sabedoria popular foi a derrota das elites políticas, eclesiásticas e das celebridades no plebiscito que decidiu sobre o direito de o povo comprar armas. Apesar da intensa e maciça campanha que veio dos extratos mais influentes do andar de cima, o “não” à revogação deste direito obteve 64% dos votos contra os 34% dos que votaram pela revogação do direito de o povo comprar armas.

É claro que a pretensão arrogante daquelas castas influentes atribuiu a sua própria derrota à má campanha publicitária que teriam feito. Com esta desculpa tentaram confirmar para si próprios, a descrença que têm na capacidade do povo de julgar e decidir o melhor para ele. Entretanto, as pesquisas mostraram que as decisões surgiram de discussões feitas predominantemente em casa, com a família, e, no ambiente de trabalho. O povo, pois, pensou, refletiu, discutiu com os mais próximos e decidiu. Bem, aliás.

Justificada a minha fé na capacidade do discernimento popular, vejamos porque o povo elegerá Marina Silva.

Em primeiro lugar e como ponto mais importante, porque o povo perceberá que ela é a mais preparada para o principal desafio da atualidade, que é reorientar o padrão de desenvolvimento socioeconômico, do predatório para o não predatório, sustentável.

Em segundo lugar, porque é ela a que mais conhece a metade do Brasil que está no meio do palco das necessidades e interesses do planeta e do Brasil, a Amazônia.

Em terceiro lugar, porque, como figura humana exala força moral e revela coragem, determinação e amor ao próximo. Tem uma histórica capacidade de superar as dificuldades pessoais, mostrando uma personalidade séria, de quem sabe que com a vida não se brinca.

Em quarto lugar, porque ela tem a cor da maioria dos brasileiros, originária da nossa típica miscigenação, trazendo, ademais, o exemplo de sucesso pessoal que todos aspiram ter, confirmando as possibilidades de mobilidade social, a provocar uma identificação instantânea, ainda que inconsciente. Seu sorriso é franco e leal, sem artificialismos. E o povo é intuitivo, sabe captar a alma dos candidatos.

Em quarto lugar, porque, como militante do bem comum e como política, tem revelado coerência, consistência, persistência, senso de oportunidade, diplomacia e firmeza. Pertence à minoria que não se transformou em sabujo do Presidente, com uma diferença qualitativa. Saiu do Ministério do Meio Ambiente sem espetacularizar, confiante de que a sua saída já pudesse, por si mesma, dizer tudo. Naquele mesmo dia pensei que poderia candidatar-se a presidente e que poderia ser uma ótima candidata. Quantos mais pensaram a mesma coisa?

Em quinto lugar porque conseguiu sair do PT para continuar a luta do próprio PT, de libertação das maiorias do atraso socioeconômico e cultural, ressignificando-o através do PV. Gesto que demonstra ser ela uma líder, uma visionária afinada com as necessidades planetárias. Visionária como foram tantos outros: Lula, Mandela, Martin Luther King, Gandhi, Obama, etc., capazes de mobilizar sonhos, transforma-los em ações, articular pessoas, conquistar votos e obter vitórias eleitorais.

Em sexto lugar, porque o Presidente já vem preparando o povo para votar e eleger uma mulher, o que está de acordo com os novos tempos. Apenas o povo compreenderá que o Presidente errou de mulher, que a escolhida não tem a menor condição de sustentar-se sozinha, sem a sua mão protetora. Seria engolida pelos coronéis da sociologia e da política.

Em sétimo lugar, porque o povo compreenderá, ainda, que o gesto do Presidente, afastando os seus próprios companheiros de partido da disputa democrática pela vaga de candidato a presidente não foi bonito. Porque compreenderá que, por mais influência que o Presidente mereça ter, dar uma de dono da vaga de candidato e preenchê-la unilateralmente, num gesto imperial e coronelístico não pega bem para quem diz querer a construção de uma democracia.

Em oitavo lugar, porque o povo, apesar de perdoar o Presidente por esta pequena falha democrática, vai preferir uma sua amiga e companheira de trinta anos luta, desde os tempos das dificuldades, quando ambos ainda estavam bem longe do poder. E, sendo um povo cordial, até para homenagear o Presidente, vai eleger uma Silva, mulher forjada com ele nas lutas.

Em nono lugar, porque o atual Ministro do Meio Ambiente está sabendo colocar o tema da sua pasta em evidência, performático que é. Auxilia, assim, na compreensão popular a respeito do que é prioritário para o Brasil e o mundo, facilitando o discurso de Marina Silva.

Em décimo lugar, Marina Silva contará com amplos setores das igrejas, católica e reformada, possivelmente, como nenhuma outra candidatura. Isto porque é a que mais tem legitimidade, adquirida pela militância católica de base, complementada pela evangélica. E, quem desconhece a força do boca a boca, do pé de ouvido, do sussurro, do sermão e da pregação? Ela encarna a ressurreição da fé, da esperança e da caridade. Um exército de militantes anônimos sustentará a sua candidatura.

Em décimo primeiro lugar, as inúmeras ONGs ligadas à questão ambiental, as empresas com responsabilidade socioambiental, os universitários, os jovens em geral, os internautas de todas as idades, professores universitários partidariamente não comprometidos e razoavelmente informados sobre as necessidades planetárias, a grande massa de trabalhadores não sindicalizados, desesperançados e enojados de maneira geral, certamente serão despertados pela força moral da candidata e levantarão o seu próprio moral.

Em décimo segundo lugar, porque não há mudança sem sonho, sem utopia, sem grandeza, sem desafio, para reorientar rumos e melhorar a vida. Porque, pairando sobre o cálculo da prudência, sente-se nela a generosidade de uma entrega apaixonada. E o povo sempre opta por saltos qualitativos. No caso, em defesa da sobrevivência planetária e, portanto, da própria sobrevivência. Votará em Marina Silva como cumprimento da última regra moral surgida no século passado, a de preservar o meio ambiente através do desenvolvimento sustentável. Com a vantagem dela não contrariar a cultura tradicional brasileira, de crer em Deus e ser contra o aborto.